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07 JUN
34ª Romaria Vocacional Frei Salvador Pinzetta aconteceu em Flores da Cunha
No dia 30 de maio, em Flores da Cunha aconteceu a 34ª Romaria Vocacional Venerável Frei Salvador Pinzetta. O lema deste ano foi: “A exemplo de frei Salvador, na oração, contemplação e ação”. A programação contou com o Tríduo preparatório entre os dias 27 a 29. No dia 30, dia de Corpus Christi, aconteceu a Missa junto a Igreja Matriz de Flores da Cunha, e a tarde a procissão e Missa no Eremitério, presidida pelo Ministro Provincial dos Franciscanos Capuchinhos do Rio Grande do Sul, frei Álvaro Morés. Na sexta-feira aconteceu a Adoração ao Santíssimo Sacramento e no sábado o Ofício dos Pai-Nossos e o jantar filó do Frei Salvador.
Durante a procissão aconteceram duas paradas: uma no Mosteiro das Irmãs Clarissas Capuchinhas onde fizeram a reflexão sobre a vocação e a oração contemplativa. A outra parada foi realizada em frente ao Cemitério, onde foi realizada a reflexão sobre a ação e a contemplação. Estiveram presentes além do Vigário Provincial, frei Irineu Trentin, outros frades que vieram de diversas fraternidades.
Em sua reflexão frei Álvaro disse: “ Hoje, festa do Corpo de Cristo, nós somos chamados publicamente a expressar nossa fé na presença do Cristo vivo presente na Eucaristia. Não há sinal mais bonito do que este: A Eucaristia, que nos mostra e nos traz presente o filho de Deus. Essa festa que começou em 1264, há mais de 600 anos e que todos os anos a Igreja celebra pra dizer: nós acreditamos que Cristo está presente na Eucaristia e nós o aceitamos como o pão vivo descido do céu que vem matar a nossa fome de Deus, nossa fome de vida, que vem dar sentido a nossa caminhada. Todas as vezes que estamos fazendo isso, também estamos dizendo ao mundo: nós não estamos sozinhos, Cristo caminha conosco. Vai pelas nossas estradas, vai para as nossas famílias, visita as nossas cidades para fazer caminhada conosco como fez a dois mil anos em Belém, em Israel e na Palestina. Por isso irmãos e irmãs, esta celebração talvez seja a celebração mais importante e mais bonita do calendário litúrgico, celebrarmos a presença viva e real de Cristo na Eucaristia e acolher esta presença. Nós ouvimos as leituras que falaram da aliança de Deus. A primeira aliança lá no Monte Sinai, Moisés e o povo através do sangue de novilhos, eles assumem um compromisso de serem o povo de Deus, e Deus assume também um compromisso de ser o Deus daquele povo. Porém essa aliança e esse compromisso com o caminhar no deserto vai enfraquecendo e Deus percebe a murmuração, Deus percebe o sofrimento desse povo, por isso ele alimenta esse povo na vida e na esperança através do maná que desce do céu, para que aquele povo ficasse firme na sua caminhada. Depois vem Jesus, e nós ouvimos na segunda leitura Paulo dizendo: agora começa uma nova aliança, não é mais como sangue de novilhos, mas com a própria vida do filho de Deus. Cristo doa a sua vida para formar uma nova aliança, um novo compromisso com Deus e com o novo povo, e nós somos esse novo povo. Por isso é importante trazer presente esta aliança que foi celebrada através da entrega total de Jesus e a Semana Santa nos mostra isso: Domingo de Ramos nós acolhemos Jesus como outrora acolheu na entrada de Jerusalém e nós o acolhemos hoje da mesma maneira através dos tapetes que enfeitam as cidades sobre os quais caminha o Cristo Eucarístico, nos remete ao Domingo de Ramos. Nós também somos chamados a dizer: Hosana ao Filho de Davi, que bom que ele está conosco, que bom que Jesus caminha conosco na nossa vida, na nossa cidade, na nossa história humana. Mas depois nós andamos e entramos na Quinta-feira Santa nós ouvimos o Evangelho de hoje, Jesus que celebra a páscoa, mas na hora da celebração Ele pega o pão, abençoa, reparte e diz: é meu corpo. Depois toma o vinho, abençoa e passa para que eles bebam e diz: este é meu sangue. De hoje em diante esta é a nova aliança através do meu corpo e do meu sangue doado para a humanidade e a salvação de todos. É isso que nós celebramos hoje na Festa de Corpus Christi. Por isso irmãos e irmãs, não pode haver tristeza que dure para sempre, não pode haver sofrimento para sempre. Para aqueles que têm fé, para aqueles que se alimentam do Cristo pão vivo descido do céu. E nós temos essa graça. Os tempos são difíceis, muita gente está sofrendo no nosso Estado, milhares de famílias perderam as casas, muita gente perdeu a família, a vida, mas não é o fim, nós somos pessoas de fé e com a certeza de ter Jesus na nossa vida, nós vamos adiante, vamos recuperar a esperança, recuperar o sentido da vida, vamos recuperar o sentido da alegria, porque nós somos um povo peregrino que caminha na direção de Deus. Esta é a grande celebração do dia de hoje.
Mas junto com essa celebração, hoje à tarde também celebramos a 34ª Romaria Vocacional Frei Salvador Pinzetta, e o lema nos diz: “A exemplo de frei Salvador, na oração, contemplação e ação”. Nós poderíamos dizer que estas três palavras são as que sintetizam o caminho da santidade abraçado por frei Salvador. Oração, o que é oração? É intimidade com Deus, é escuta daquilo que Deus nos fala, mas é também diálogo amoroso, fraterno, próximo com Deus, isto é oração. E frei Salvador foi um mestre da oração, ele nos ensina que este é o primeiro caminho e é a primeira atitude que nós devemos ter na nossa vida, no nosso caminho de santidade. Todos nós também precisamos buscar o caminho da santidade e a primeira atitude é a oração. Frei Salvador passava horas e horas rezando também nesse lugar, horas e horas no convento na frente do Sacrário e eu pergunto a mim mesmo: Quanto tempo nós dedicamos à oração? Qual o espaço da oração em nossa vida? Será que nós lembramos alguns minutos por dia? Alguns instantes? Se nós não rezarmos, se nós não cultivarmos essa proximidade e esse amor com Deus é difícil andar e frei Salvador sabia disso, por isso ele era mestre da oração. Precisamos resgatar o valor e o sentido da oração lá em casa, desligar um pouco tudo aquilo que nos afasta, que afasta da família, que rouba nossa paz, temos muita parafernália eletrônica o tempo todo, o celular o tempo todo em nossa mão, com tanta porcaria. Precisamos desligar isso e começar a rezar um pouco mais. Qual o tempo que nós dedicamos à oração em nossa família? Você que é jovem , quantos minutos por dia você fala com Deus? Você que é pai, mãe, quantos minutos você dedica a oração? Este é o primeiro caminho de atitude da santificação. A segunda atitude é a contemplação. O que é contemplação? É olhar a vida com os olhos da fé. É olhar o mundo com os olhos de Deus. Contemplar é ver o mundo, a realidade, as dificuldades, o trabalho, tudo que temos pela frente com o olhar de Deus. Isto é contemplar e frei Salvador sabia muito bem disso e ele se tornou uma pessoa de Deus, porque quem contempla se torna bom, quem contempla com os olhos de Deus consegue perceber a beleza da vida, a beleza das pessoas, a beleza das flores, quem contempla se torna bom. E frei Salvador fez isso. Às vezes nós contemplamos a vida com o olhar das ideologias. Às vezes nós contemplamos a vida com o olhar das fake news, às vezes nós julgamos e contemplamos o mundo e os outros a partir daquilo que nós bebemos diariamente e que muitas vezes não leva a lugar nenhum. É preciso contemplar com o olhar de Deus. Colocar em nós esse olhar e então seremos bons como frei Salvador também foi bom. Essa é a segunda atitude. Aí vem a terceira atitude: a ação. Que nós poderíamos dizer trabalho, colocar a mão na massa. Não basta só falar com Deus e escutar o que ele tem a nos dizer, não basta apenas ter o olhar de Deus, é preciso fazer cada um a sua parte. Tem muita gente que serve só pra criticar, tem muita gente que tem opinião sobre tudo, mas na hora de colocar a mão na massa, nunca coloca a mão na massa. E isso acontece em todos os ambientes, também nas famílias, também na vida religiosa, e também na sociedade. Tem muita gente que tem opinião pra tudo, mas na hora de agir, de transformar, na hora de fazer crescer as coisas boas, não faz nada. Ação significa nós fazermos a nossa parte. Nós precisamos semear o bem, semear a justiça, semear o amor, e então crescerá no mundo o amor, a justiça, as coisas boas, as coisas de Deus. Oração, contemplação e trabalho, este é o caminho da santidade de frei Salvador, e esse deve ser o caminho de nossa santidade, não tem nada de difícil nisso. Frei Salvador não pegou um caminho difícil, pegou coisas bem práticas, possíveis para todos nós. Então hoje que nós rezamos tendo presente frei Salvador, nós também precisamos nos comprometer como ele em assumir um caminho de santidade, através da oração, da contemplação, do ver com o olhar de Deus, mas também através do trabalho, do sujar as mãos, do fazer a nossa parte. Frei Salvador fez tudo isso, agora nós também precisamos fazer a nossa parte. Por isso continuamos pedindo que o Deus vivo descido do céu, que nos alimenta nos de força nesse caminho de oração, de contemplação, de ação, de trabalho para nós deixarmos as nossas marcas de pessoas de fé, de esperança, de pessoas que tem Deus no coração
Frei Vandrigo Zacchi, em nome da Coordenação do Eremitério disse: “ Quero com gratidão, ter esse sentimento a todos os membros da equipe que incansavelmente trabalharam e prepararam esse espaço que ficou maravilhoso. Agradeço ao Ministro Provincial frei Álvaro, frei Irineu e aqui todos os freis que se fazem presentes, também pela colaboração e força que nos passam na condução deste trabalho. De maneira especial agradeço a todos os romeiros, às caravanas que vieram de longe, às representações e a todos aqui de Flores da Cunha que abraçaram esta 34ª Romaria Vocacional. Na pessoa do frei Jadir, agradecer aos Ministros, ao Cenáculo, ao TAU-04, e a todos os envolvidos da paróquia que colaboram incansavelmente no Eremitério. No exemplo e simplicidade de frei Salvador, gratidão”.